sábado, 31 de março de 2012

Os tempos que correm

Como as mentalidades mudam.

Quando era pequenito as pessoas no bairro iam tendo umas galinhas e uns coelhos, que bem geito faziam nas refeições que as nossas Mães preparavam. Os ordenados não eram dos maiores, haviam pessoas com dois "ganchos" fora das horas normais de serviço para ajudar no mês e se em casa a cara metade cozinhasse umas criações caseiras, bem ajudavam.
Foi assim que com uma vizinha aprendi a matar uns coelhinhos antes de ela os cozinhar.
Só que os tempos foram mudando, as cidades foram-se alargando e as quintas que existiam nos arredores foram desaparecendo. As capoeiras e casotas de coelhos, proibidas nas cidades. Isto por todo o planeta.
Por este lado compra-se o coelho no supermercado com cabeça ou sem ela, à escolha do freguês. Escusado será dizer que só compramos com cabeça, não apareça esperteza de tareco.
Hoje uma criança se quer ver animais vivos de quinta numa cidade sem jardim zoológico, tem que aproveitar as diversas festas para num centro comercial ou noutro os ver em exposição.
É assim que o coelho aparece hoje em dia como intocável, pois é animal doméstico. Em muitos casos, substitui o cão ou o gato como animal de companhia.

Como estamos na semana da Páscoa, ao ver a foto de um coelho, comecei a ler o anúncio em baixo da SPCA, sociedade protectora dos animais, que saíu no jornal "The Suburban" de 28 de Março deste ano e me chamou a atenção pela sua descrição do maravilhoso "Meiguinho Samba", "animal caseiro da semana". Encontrado dentro de um saco de levar às costas no meio da rua, capadinho, ensinado, muito sociável que adora conhecer. Além disso, para o caso de apareceram vários interessados, têm lá mais de oitenta..


Depois de ler o anúncio a meia voz, virei-me para a minha filha dizendo-lhe que já tinhamos aonde ir apanhar uns coelhinhos para uns dias.

Óóh, pa-pááá!!!!!

Mentalidades...

13 comentários:

  1. Há por aqui uns coelhos,que exportados,faziam reduzir a dívida...

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    1. E se juntares aos coelhinhos umas dúzias de pasteis de nata, tens o problema da dívida resolvido...

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    2. Além dos coelhos,como o Tonito diz não prestam,ainda lhe juntava relvas e jardins...

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  2. Comercio é comercio.
    Por aqui temos coelho mas não presta para comer.
    Tonito.

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  3. Sem dúvida... mentalidades.

    Óóh, pa-pááá!!!!!

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  4. O SPCA de Montreal tem mais de 80 coelhos à procura de novos lares. A maioria destes foi comprada como brinquedo de Páscoa para crianças e abandonada uns meses depois. Nesta Páscoa ofereça aos seus filhos coelhos de chocolate! Mas se realmente quer um coelho, adote um de um abrigo. O Samba foi abandonado na rua, dentro de uma mochila, em Julho passado. É sociável e adora explorar. Foi castrado e está treinado para viver numa casa. Se quiser adotar o Samba solicite o nº de identidade 165315 ou envie um email para martineallard@gmail.com.

    Não se esqueça de vir apoiar o departamento dos coelhos do SPCA na sua angariação de fundos do fim-de-semana de 31 de Março a 1 de Abril.
    Apareceu por aqui a versão portuguesa.
    Não presta...mas quando a fome aperta que remédio.Vai coelho e mais logo até vai lampreia!

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    1. Rafael
      Boa tradução à letra. Aproveite para lá ir comprar um bolinho e depois chegue-lhe com a lampreia.

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  5. O coelho é um animal dócil. Bom para ter em casa, sobretudo quando existem crianças...
    Se calhar, melhor que algumas raças caninas, de reconhecida ferocidade ...
    Abraço, Chico

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  6. Quito
    Sem dúvida e dá menos trabalho.
    Um abraço.

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  7. Mas tem de ser capado. Senão multiplica-se á velocidade da luz!
    Se houver coleha por perto, obviamente...

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    1. É verdade Rui Felício, mas eu sou contra isso.
      Antigamente quando as famílias rondavam à volta de vinte, nunca caparam ninguém.
      Hoje metem os coelhos em casa fora do seu meio ambiente, capam-nos e não se preocupam se ficam ou não psicológicamente afectados. Depois não sabem porque é que andam tristes. Acho uma descriminação muito grande. No prato não sofriam tanto.

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    2. Meu Caro Chico,

      Também sou contra qualquer acção que ofenda os princípios da Natureza.
      Disse-o, se calhar despropositadamente, para sublinhar a impressionante fertilidade dos coelhos.

      Além disso, no meu prato nem sequer sofrerão, simplesmente porque não gosto...

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